segunda-feira, 20 de setembro de 2010

livros sobre viagem (6)



A Viagem
Textos e Pretextos Nº 13
Ano: 2009
Edição: Lisboa/CEC e Livro do Dia

livros sobre viagem (5)



Na Síria
Conta-me cá como vives
Agatha Christie

«Foi no deserto sírio, no intervalo dos cacos, que Agatha Christie escreveu muitos dos seus crimes. "Na Síria" é a memória de como foi inteiramente feliz ali. OS árabes gostavam quando ela chegava. Tudo a fazia rir.»
Alexandra Lucas Coelho

livros sobre viagens (4)





Auto-retratos do Mundo
Annemarie Schwarzenbach 1908-1942

Emília Tavares
Sónia Serrano
«Annemarie Schwarzenbach é uma grande personagem trágica. Transformou a sua vida numa fuga para a frente, entre Europa, América, Ásia e África, devorada pela impossibilidade do amor, pela morfina e pela escrita.»
Alexandra Lucas Coelho, «Público»
Álbum fotobiográfico, documentando as viagens pelo mundo de A. Schwarzenbach. Inclui textos das organizadoras, de Alexandra Lucas Coelho e de Gonçalo Vilas-Boas, e ainda um inédito de A. Schwarzenbach.
Em “Alma de Viajante” Filipe Morato Gomes colige o relato de 14 meses de viagem da “volta ao Mundo” publicado no suplemento Fugas do jornal Público. Com 208 páginas em papel couché, esta obra conta com um design gráfico elegante e atractivo, e uma selecção de belíssimas fotografias tiradas durante a viagem. A edição contou com o generoso apoio do operador turístico Soltrópico.
O livro está nas livrarias de Portugal desde Junho de 2007, com a chancela das Edições Cão Menor.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Viajante

Está acima das nuvens, no alto da montanha mais alta. Vemo-lo de costas, imóvel e contemplativo. Na sua sóbria elegância citadina, dir-se-ia que para ali chegar mais não lhe foi preciso que atravessar tranquilamente uma avenida. Está sozinho diante dos cumes mais altos, vestido como um filho pródigo que regressasse a casa trazendo todos os estigmas de quem vem de um outro mundo. Tudo nele nos diz que não pertence àquele lugar. Terá vindo de uma cidade distante? E como poderia ter chegado ali assim, sem trazer consigo nenhum rasto da poeira dos caminhos? «Tudo é romântico desde que levado para longe», ter-nos-ia dito se verdadeiramente ali estivesse e agora olhasse para trás. Mas ele não pertence a esta paisagem, e por isso o vemos de costas, sem podermos adivinhar de que maneirao seu rosto procura enfrentar o brilho da neve, o reflexo da luz. Tão longe quanto dali está («no fundo da minha alma», diria), hão-de as montanhas parecer-lhe infinitamente maiores do que consegue vê-las, altas acima das nuvens e de qualquer comparação. Tão altas que nem subindo ao ponto mais alto ele poderia, alguma vez, deixar de ser aquele que desconhece a poeira dos caminhos - um homem que há muito desceu a viver no vale e agora regressa, sem saber como voltar na condição em que apenas poderia não ter partido.
Martelo, Rosa Maria (2009), A Porta de Duchamp, Lisboa, Averno, pp. 11-12.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

"É com Humpty-Humpty, grande viajante textual por tantos redescrito, que o leitor toma desde logo contacto em Traços de Viagem. Não por acaso inscrito em espaço liminar, a personagem partilha algo de comum com quem viaja: ”O terror – e atracção – do abismo é um constituinte fundamental da viagem. Partimos e viajamos, porque esperamos regressar um dia. Desejamos penetrar num mundo paralelo, mas desejamos também o conforto que nos dá a expectativa de regressarmos ao ponto de partida-chegada” (Traços de Viagem).
Relato de viagens na e fora da Europa (Espanha, Reino Unido, Portugal, Tunísia, Zimbabué, Etiópia e Marrocos), Traços de Viagem de Manuel João Ramos dá-nos a conhecer um narrador que observa e regista, para olhar criticamente mundos culturais e linguísticos diferentes. Ao contrário do viajante oitocentista, não lhe interessa “rebuscar a Lusitânia nos caixotes do lixo das histórias dos outros povos (…). Não viajo para reencontrar raízes lusas e não me vejo contemplando fascinado as Portas de Santiago em Malaca, as ruínas barrocas e bolinhos da Velha Goa, as derribadas estátuas coloniais de Bolama, ou os bares de praia de Fortaleza” (Traços de Viagem).
A co-presença dialogante entre texto e ilustração que já encontrávamos em Histórias Étíopes (2000), continua em Traços de Viagem e, a todo o momento, o narrador lembra a companhia constante do seu caderno de viagem a servir propósitos diversos: “Desenhar não é (…) apenas um passatempo e um exercício de disciplina da memória visual: é também um meio de comunicação entre mim e os mundos por onde viajo, que me permite por vezes escapar ao cliché da alteridade – isto é, humanizo-me um pouco, não fundindo-me ou confundindo-me com um mundo social a que sou estranho, mas tornando-me aí o exótico do exótico” (Histórias Etíopes). E como se refere em Traços de Viagem, “Que sentido fará deixar para outros algum traço das nossas viagens? Talvez apenas aquele sentido que se expressa nas palavras de Salomão: o mundo gasta-se, erode-se, destrói-se e altera-se, mas, nos traços que nele deixamos, ficam preservados – como num molde invisível – os múltiplos sulcos que foram feitos antes dos nossos”.
(Manuel João Ramos, Traços de Viagem, Bertrand Editora, 2009)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Notas de viagem (8)

"Costumo responder, normalmente, a quem me pergunta a razão das minhas viagens: que sei muito bem daquilo que fujo, e não aquilo que procuro."
(Michel de Montaigne)